Chutando uma bola ou fazendo um amigo, criança quer escola, criança quer abrigo.
Na hora do cansaço ou na hora da preguiça, criança quer abraço, criança quer justiça.
Em qualquer lugar criança quer o quê? criança quer sonhar, criança quer viver.
Agente quer, agente quer, agente quer ser feliz, CRIANÇA É VIDA.
— Toquinho, cantor e compositor

ADIVINHA QUANTO EU TE AMO

Este é um livro para ser lido e relido diversas vezes pois nos remete à infância onde era tão simples amar e poder demonstrar esse amor sem medos. 

Aproveite para ler esta fábula com seus pequeninos e com certeza você se surpreenderá com a criatividade deles para mostrarem  “em tamanho” o quanto eles amam você.

Às vezes, quando se ama alguém muito, mas muito mesmo, fica o desejo de achar um jeito de mostrar quanto esse sentimento é grande. Nesta fábula, o Coelhinho filho e o Coelho Pai vão acabar descobrindo, que o amor não é uma coisa assim tão fácil de medir...

Era hora de ir para a cama, e o coelhinho se agarrou firme nas longas orelhas do coelho pai. Depois de ter certeza de que o papai coelho estava ouvindo, o coelhinho disse:

Adivinha o quanto eu te amo!

Ah, acho que isso eu não consigo adivinhar – respondeu o coelho pai.

Tudo isto – disse o coelhinho, esticando os braços o mais que podia.

Só que o coelho pai tinha os braços mais compridos, e disse:
E eu te amo tudo isto!

Hum,isso é um bocado,  pensou o coelhinho.
Eu te amo toda a minha a altura – disse o coelhinho.

E eu te amo toda a minha altura – disse o coelho pai.

Puxa, isso é bem alto, pensou o coelhinho. Eu queria ter braços compridos assim. 
Então o coelhinho teve uma boa ideia. Ele se virou de ponta-cabeça apoiando as patinhas na árvore, e gritou:
Eu te amo até as pontas dos dedos dos meus pés, papai!

E eu te amo até as pontas dos dedos dos teus pés – disse o coelho pai balançando o filho no ar. 

Eu te amo toda a altura do meu pulo! Riu o coelhinho saltando de um lado para outro.

E eu te amo toda a altura do meu pulo. Riu também o coelho pai, e saltou tão alto que suas orelhas tocaram os galhos da árvore.

Isso é que é saltar; pensou o coelhinho. Bem que eu gostaria de pular assim. 
Eu te amo toda a estradinha daqui até o rio – gritou o coelhinho.

Eu te amo até depois do rio, até as colinas – disse o coelho pai.

É uma bela distância pensou o coelhinho.
Mas, àquela altura já estava sonolento demais para continuar pensando.
Então, ele olhou para além das copas das árvores, para a imensa escuridão da noite e concluiu: nada podia ser maior que o céu.
Eu te amo até a Lua! – disse ele, e fechou os olhos.

Puxa, isso é longe – falou o papai coelho – longe mesmo!
O coelho pai deitou o coelhinho na sua caminha de folhas, inclinou-se e lhe deu um beijo de boa noite. Depois, deitou-se ao lado do filho e sussurrou sorrindo:
Eu te amo até a Lua... ida e volta! 


Advinha Quanto Eu Te Amo
Autor: Sam McBratney
Ilustração: Anita Jeram

Tags: