“É
preciso resgatar a criança que existe dentro de cada um. Assim fica mais fácil
compreender os problemas que afligem as crianças no mundo de hoje: a falta de
espaços para brincar; o consumismo desenfreado; a superexposição aos meios de
comunicação e às novas mídias; a existência de um mercado extremamente
competitivo, que motiva sentimentos de agressividade e rivalidade”.— Dra. Michaela Glöckler, diretora da Seção Médica do Goetheanum, em Dornach, Suíça.
O brincar é a forma de expressão das
crianças, através da qual elas podem expressar-se e comunicar-se com o outro.
Através do brincar a criança expressa seu ser integral colocando corpo,
mente, sentimentos e espírito em evidência.
O brincar para a criança está intimamente
ligado à aprendizagem, àquilo que ela realmente deseja aprender. E naturalmente
ela se permite expressar criativamente e se recriar constantemente, percebendo
seus potenciais e limitações.
Na verdade, a falta de
espaços para brincar, o consumismo desenfreado, a influência dos meios de
comunicação, a presença dos jogos eletrônicos no cotidiano infantil e a pressão
escolar precoce colocam em xeque a infância no mundo contemporâneo.
A propósito, o universo da brincadeira não pertence somente à infância. Todo mundo brinca. De fato, ao brincar ampliamos nosso repertório, improvisamos e experimentamos novas possibilidades, tanto que os verbos do brincar são os da alegria:
divertir, jogar, rir. Mas também são os verbos da criação e das artes: cantar,
tocar, dançar, contar, parodiar, encenar, filmar, fotografar, desenhar. E ainda
são aqueles que dão a dimensão do indescritível, como sonhar, imaginar, inventar, entre outros.
A Semana
Mundial do Brincar, de 24 a 30/05/2015, tem como foco lembrar os
adultos sobre a necessidade de preservação e respeito do tempo das
crianças brincarem. Alerta ainda a necessidade de ter cuidado com os
excessos de zelo que acabam por interferir nas brincadeiras das crianças, sem
respeitá-las, já que interferências constantes, mesmo que sejam para ensinar as crianças a brincarem corretamente,
podem estar anulando outras possibilidades de construções internas que ocorrem
naquele momento, pois cada brincadeira tem um momento e cada criança tem um
tempo interno que a conecta à brincadeira.
Onde se realiza:
A Aliança pela
Infância surgiu
na década de 90, na Inglaterra com um grupo de pais, educadores e profissionais
de diversas áreas preocupados com a infância no mundo contemporâneo: a
falta de espaços para brincar, o consumismo desenfreado, a pressão escolar
precoce, entre outros desafios.
Constituindo-se
em um novo modelo de cooperação internacional, a Aliança pela Infância
caracteriza-se por ser uma rede, uma aliança de pessoas e organizações unidas
por ideais comuns visando a melhoria da vivência da infância, já que esta é um
momento especial da vida dos seres humanos, onde se aprende a andar, falar,
conviver com os outros e com o mundo. Atualmente a Aliança pela Infância possui
representação em mais de 20 países da
Europa, África, Ásia e Américas.
As
comemorações ocorrem em todos os núcleos da Aliança
pela Infância e nos municípios
que entram em contato com a gestão da Aliança pela Infância, para desenvolverem
ações em parceria.
No Brasil,
a Aliança
pela Infância iniciou suas atividades em 2001 a partir da
iniciativa e empenho da Ute Craemer
e da Adriana Friedmann. O primeiro
encontro da Aliança no Brasil aconteceu no dia 7 de julho de 2001, em São
Paulo, com a presença da Dra. Michaela
Glöckler (diretora da Seção Médica do Goetheanum, em Dornach, Suíça). As
palavras de sua aula inaugural “ Que
fim levou nossa infância” resumem as preocupações fundamentais deste
movimento que atua contra as mais diversas ameaças à infância, cujos direitos
fundamentais têm sido sistematicamente violados.
Como o
movimento vem crescendo a cada ano, a comemoração do Dia Internacional do Brincar
também se ampliou e conquistou cada vez mais adesões e parcerias, tendo se
transformado na Semana Nacional do Brincar em 2010.
Todas as
pessoas e instituições ligadas à Aliança pela Infância são parceiras com igualdade
de direitos; cooperam entre si de forma espontânea e livre, ajudando-se
mutuamente e reunindo-se em diversas atividades, com participação em ações
locais, regionais, nacionais ou de maior amplitude.
Segundo
esta forma de atuação, a Aliança pela Infância é uma rede
onde cada pessoa procura, conforme seu âmbito de influência, fazer sua
parte para ajudar na realização das metas compartilhadas.
Independentemente
do local onde você resida, existem diversas formas de integrar esta Aliança, como: membro, doador, voluntário, apoiador, parceiro institucional, parceiro jurídico
e parceiro financiador.